Apesar de supostas ameaças terroristas, casal real recusou vôo oficial no Paraná
Príncipe Akishino e princesa Kiko recusaram oferta do governo por não achar correta e se deslocaram pelo Brasil em aviões comerciais
Com direito a rígidos protocolos de conduta e um aparato invejável de segurança, o casal imperial japonês Akishino e Kiko deixou uma boa impressão a quem acompanhou a visita deles sábado pela manhã em Londrina. A comitiva foi enviada do Japão ao Brasil para as comemorações dos 120 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.
A segurança aparentemente exagerada teve uma justificativa. Fontes das polícias Militar e Federal que faziam a guarda do casal falaram ao JL sobre supostas ameaças feitas pelo grupo terrorista Estado Islâmico ao príncipe e sua mulher.
A suspeita de ameaça teria partido, segundo fontes da polícia, de pessoas radicadas em Foz do Iguaçu. Ciente dessa suspeita o governo do Paraná teria, segundo essa mesma fonte, oferecido uma das aeronaves que presta serviços oficiais ao Palácio Iguaçu, para fazer o transporte da comitiva.
Para a surpresa dos representantes do governo, a oferta foi recusada sob a justificativa de que a família real não acha correto receber tais favores, e que precisaria pagar pelas próprias despesas. Por isso, as viagens de São Paulo a Curitiba e da capital a Londrina foram feitas em aviões de carreira. A saída de Maringá para Campo Grande (MS), do mesmo modo, foi em aviões comerciais.
Almoço
O grupo de sete mulheres encarregadas de garantir um delicioso almoço para o casal imperial preparou uma refeição de sabor brasileiro com toques japoneses.
O cardápio teve dois tipos de peixes – piapara assado e pacu frito. Filé mignon ao molho madeira também foi oferecido à princesa e ao príncipe. Para acompanhar, arroz branco, gohan (arroz japonês), nishimê (cozido japonês com vários legumes) e missoshiro (sopa de soja).
De sobremesa, suas altezas tomaram sorvete e comeram frutas – mamão, abacaxi e carambola. “Eles comeram todos os pratos e repetiram”, conta, orgulhosa, Tsuguiko Kawamura, uma das cozinheiras.
Além de feliz por ter os pratos apreciados pelos membros da família imperial, o time responsável pelo almoço ficou surpreso com a quebra de protocolo de Akishino e Kiko.
O grupo, que havia sido orientado a nem olhar diretamente nos olhos do casal, surpreendeu-se quando o príncipe e a princesa cumprimentaram cada uma das cozinheiras com um aperto de mão e agradeceram pela refeição. “Eu até chorei. Essa foi uma oportunidade única na minha vida. Nem no Japão isso acontece”, diz Celina Sakurai.