Dom Pedro II

O Imperador Fotógrafo

Extraído do site: http://santacatherine.blogspot.com.br/2010/06/visita-imperial.html

Dom Pedro II tinha apenas 14 anos de idade e aguardava a aprovação da lei da Maioridade para assumir o trono brasileiro, quando adquiriu a primeira máquina fotográfica. A historiografia sobre o tema o aponta como o primeiro fotógrafo brasileiro, apesar de a sua produção não ter sido divulgada até hoje, permanecendo nas mãos da Família Imperial. Segundo Joaquim Andrade, “existem pelo menos duas fotografias, na posse de seus herdeiros, cuja autoria é atribuída a D. Pedro II”.

Seu interesse começou no dia 23 de dezembro de 1839, com a chegada do navio francês L’Orientale ao porto do Rio de Janeiro, trazendo a bordo o abade Louis Compte, apontado por Boris Kossoy como o “autor das primeiras demonstrações do processo de Daguerre na América do Sul”, o daguerriótipo. A partir de 17 de janeiro de 1840, o abade passou a comercializar as máquinas a cuja produção dera início no Rio de Janeiro.

Compte, diz Kossoy, realizou demonstrações públicas da técnica fotográfica e visitou o Imperador por essa época. “Suas altezas imperiais” se encantaram “ao ver fixados em nove minutos os aspectos da fachada do Paço”, conforme registrou o Jornal do Comércio de 21 de janeiro de 1840, citado por Kossoy. Assim, quando veio a Florianópolis, então Desterro, em 1845, o Imperador já havia adquirido o equipamento, mas não existem registros de que o tenha trazido.

O certo é que em todas as suas viagens pelo Brasil ou ao exterior, levava consigo especialistas em diversas áreas, incluindo um fotógrafo.

No Museu Imperial e o Instituto Histórico de Petrópolis (RJ), realizaram exposição do acervo fotográfico reunido pelo Imperador, produzido por diversos profissionais – intitulada “As muitas faces de Pedro”.

Ao deixar o Brasil a caminho do exílio em 1889, o Imperador entregou a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro uma coleção com cerca de 25 mil fotografias.

A partir de 1990, elas começaram a recuperadas e identificadas, com o apoio do Instituto Cultural Banco Santos, instituição que organizou a exposição “De volta à luz”, com 220 fotos e retratos pintados a óleo.

Prova do interesse de D. Pedro II pela fotografia está no título de “Fotógrafo da Casa Imperial”, concedido por ele a partir de 1951, aos melhores profissionais. Os dois primeiros foram os fotógrafos Louis Buvelot (primeiro a registrar em fotos a família imperial) e Prat.

Até 1889, premiou duas dezenas desses pioneiros.

Esse lado do Imperador-fotógrafo despertou a atenção do professor brasileiro Roberto Klatlab, residente no Líbano, que prepara o lançamento de um livro sobre as visitas realizadas por D. Pedro II ao Oriente Médio e Norte da África em 1871 e 1876.

Além de textos do Imperador sobre as viagens, publicará fotos produzidas por ele – que podem ser as primeiras a estar chegando ao público brasileiro.

Além disso, Klatlab aponta D. Pedro II como o pioneiro nas relações entre o Brasil e os países árabes.