O blog Monarquia em Ação, ao longo dos meses que se seguiram sua criação, publicou artigos focados na questão Monarquia x República, ações monarquistas no Brasil e no Mundo, e raramente, um ou outro artigo de natureza diversa. Hoje, apresento um artigo retirado do blog http://7diasemrevista.blogspot.com/ e postado por meu amigo Helio Viana, analista político muito objetivo. É importante estarmos alertas, pois, a República poderá se transformar numa ditadura esquerdista em que só haverá liberdade para aqueles que são… de esquerda. Passo a palavra a Helio Dias Viana:
Pérolas do chanceler
Nós, brasileiros, devemos estar alerta para não incorrermos no mesmo processo dos venezuelanos, ou seja, quando menos esperarmos, estarmos imersos num regime virtualmente comunista. Uma das primeiras medidas para evitá-lo é reagir diante das declarações e atitudes inusitadas de nossas autoridades nessa direção.
Tivemos dois exemplos recentes partidos do chanceler Celso Amorim. O primeiro foram seus depoimentos recolhidos por Deborah Berlinck (Brasil defende sanções econômicas como pressão – “O Globo”, 7/7/2009), a propósito de Honduras, quando ele declarou que “não vê contradição com o fato de o Brasil defender o fim do embargo a Cuba, [pois] Cuba ‘foi uma revolução’, enquanto Honduras ‘foi um golpe de Estado típico de uma direita que não tem mais lugar na América Latina’”. E o segundo foi sua entrevista concedida a Eliane Cantanhêde, publicada na “Folha de S. Paulo” do dia 2 do corrente mês de agosto, na qual ele abordou, entre outras coisas, o estabelecimento de uma base americana na Colômbia.
Na primeira entrevista, Amorim prescreve sanções econômicas contra Honduras, apesar de o novo governo deste país ser constitucional – o presidente deposto violou vários dispositivos da Carta Magna – e contar com o apoio da esmagadora maioria de sua população. Mas, para ele, tratou-se de “um golpe de Estado típico de uma direita que não tem mais lugar na América Latina”.
Em outras palavras, para o chanceler Amorim a democracia só vale se beneficiar a esquerda. Assim, quando um presidente com esta orientação assume democraticamente o poder, ele pode fazer o que bem entender, mesmo ao arrepio da Constituição, sem direito a ser removido. Pois se tal acontecer, será um inaceitável golpe de direita. Foi o caso de Zelaya em Honduras.
Contudo, na Bolívia, quando se tratou de derrubar o presidente de centro-direita Sánchez de Lozada para forçar as eleições que cederiam seu lugar a Evo Morales, o governo brasileiro não poupou esforços: exerceu toda sorte de pressões, inclusive enviando o chanceler-paralelo Marco Aurélio Garcia a La Paz para exigir sua saída. Peço aqui ao chanceler Amorim uma qualificação para essa atitude. Golpe, evidentemente, não pode ter sido, já que apesar de não ter violado nenhum dispositivo constitucional, o presidente derrocado era de centro-direita…
Mais grave. Na sua política de dois pesos e duas medidas, o chanceler Amorim justifica o próprio regime tirânico e sanguinário que há cinqüenta anos se assenhoreou de Cuba, disseminou a revolução armada no continente e mantém seus súditos sob a mais estrita vigilância, sem direito sequer a eleições livres. Onde, segundo famosa letra de carnaval dos anos sessenta, quem “andou na contramão, vai descansar no Paredão!”, o terrível lugar de execução sumária dos opositores do regime. Pois, na lógica de Celso Amorim, em se tratando de um regime comunista oriundo de uma revolução e não de um golpe, apesar de seus atropelos e de a população lhe ser contrária, não tem problema: está justificado e deve ser apoiado!
Eis a monstruosa lógica do chanceler petista e da política interna e externa brasileira! Da política interna também, pois não tendo mais lugar na América Latina, a direita deve ser simplesmente banida.
Na sua entrevista com Eliane Cantanhêde, entre outras considerações, o chanceler Amorim arremete-se contra a Colômbia pelo acordo que esta fez com os EUA para o estabelecimento de uma base militar americana no seu território sem prévia consulta ao governo brasileiro! Após conceder a ululante obviedade de que aquele país é livre de escolher seu próprio destino, o chanceler se mostra sumamente irritado, dizendo que Hugo Chávez está muito contrariado com a medida.
E como não poderia estar? Ficam ou não contrariados os narcotraficantes quando a polícia se interpõe no seu caminho? Do mesmo modo Hugo Chávez – que comprou da Rússia um enorme arsenal militar; que convidou e obteve, no início deste ano, que navios atômicos daquele país realizassem manobras em nossas águas continentais; que está sendo acusado de dirigir um narco-estado e de fornecer potentes armas de fabricação sueca à guerrilha das FARC; e que reiteradas vezes ameaçou a Bolívia, a Colômbia e a Honduras de invasão – só pode ficar contrariado em face da proximidade de uma força capaz de lhe opor!
Nesta entrevista, o chanceler Amorim não faz qualquer alusão à referida presença dos navios atômicos russos – que provavelmente não lhe tirou o sono –, nem ao nexo dessa presença com a orientação e o crescente armamentismo do governo venezuelano chavista; nem tampouco às alarmantes acusações de narco-estado e de aliado das FARC feitas a Chávez. Entretanto preocupa-o o simples fato de a Colômbia abrir seu território para uma base norte-americana. E depois ainda aponta esse fato como sendo contraditório com as declarações do presidente Uribe de que as FARC estão praticamente extintas. Se elas se acham nessa situação, tal se deve aos ingentes esforços do governo e do povo colombianos, nem sempre compreendidos, que entre outras coisas enfrentaram a oposição de quase todos os governos latino-americanos – inclusive do brasileiro – quando do golpe mortal assestado contra o guerrilheiro Raúl Reyes.
Mas as FARC estão sendo substituídas na sua ação revolucionária e desestabilizadora por um poderio muito superior: o atual regime venezuelano, armado até os dentes, amordaçando a oposição e ameaçando invadir outros países que contrariem seus ditames.
Um grupo de amigos reunidos para divulgar, difundir, apoiar, os esforços de todos os brasileiros para restaurar a forma monárquica de governo.