14 de janeiro foi o dia em que a rainha Margarida II abdicou do trono da Dinamarca após 52 anos como monarca. Foi o fim de uma era, mas também o início de uma Europa sem rainhas.
Na Europa existem, atualmente, dez famílias reais, sendo que três são principados (Andorra, Mónaco e Liechtenstein), e o Vaticano é uma monarquia eletiva. No Luxemburgo, a monarquia é representada pelo Grão-Duque. Atualmente sem rainhas, o cenário não deverá manter-se assim durante muito mais tempo
Margarida da Dinamarca abdicou do cargo apenas um ano e quatro meses depois da morte de Isabel II e de se ter tornado na rainha no trono há mais tempo. Apesar de ter afirmado várias vezes que ficaria no cargo “até cair”, os graves problemas de saúde que enfrentou no último ano levaram-na a ceder o lugar ao filho, o agora rei Frederico X.
Com isto, a última monarquia regida por uma mulher deu lugar a um rei acompanhado por uma rainha consorte, pelo menos até que a próxima rainha suba ao trono, o que poderá acontecer na próxima década e num país vizinho.
Na Suécia, a princesa herdeira Victoria sucederá ao pai, o rei Carl Gustaf, de 77 anos e há 50 anos no trono sueco. Com 47 anos, Victoria será a próxima rainha que se segue – tornando-se a única rainha entre reis (acompanhados das rainhas consortes) – e depois de si o país também continuará a ser regido por uma mulher: a princesa Estele.
O país foi o primeiro a alterar a lei da sucessão, em 1980, tendo adotado a ordem de sucessão neutra em termos de género, ou seja, independentemente do primeiro filho do monarca ser menino ou menina era ele o herdeiro à coroa. Seguiram-se os Países Baixos em 1983, a Noruega em 1990, a Bélgica em 1991, Dinamarca em 2009, e Luxemburgo e Reino Unido, ambos em 2011. Atualmente, apenas Espanha, Mónaco e Liechtenstein mantém-me a lei da sucessão sem dar primazia ao primeiro filho independentemente do género. No caso de Espanha, onde a herdeira ao trono é a princesa Leonor, as mulheres apenas podem subir ao trono no caso de os reis não terem nenhum filho homem.
Futuro é feminino
Na Europa existem, atualmente, dez famílias reais, sendo que três são principados (Andorra, Mónaco e Liechtenstein), e o Vaticano é uma monarquia eletiva. No Luxemburgo, a monarquia é representada pelo Grão-Duque. Atualmente sem rainhas, o cenário não deverá manter-se assim durante muito mais tempo. Depois de Frederico X da Dinamarca ter sido proclamado rei, devem seguir-se os príncipes Victoria da Suécia e Haakon da Noruega. Faz ainda parte desta geração o príncipe William do Reino Unido, que irá suceder ao rei Carlos III – que subiu ao trono em maio de 2023 após a morte de Isabel II.
Mas a próxima geração de monarcas é feminina: nos tronos da Europa seguem-se então a princesa Estele da Suécia, a princesa Ingrid Alexandra da Noruega, a princesa Amália dos Países Baixos, a princesa Isabel da Bélgica e a princesa Leonor de Espanha.
As exceções são a Dinamarca com o príncipe Christian e o Reino Unido com o príncipe George, dois rapazes no meio de uma geração de princesas herdeiras ao trono, no caso das monarquias continuarem a existir quando for a sua vez de serem proclamados.
Em entrevista à CNN Portugal, pela altura da coroação de Carlos III, Alberto Miranda, especialista em realeza, lembrou que “as monarquias todas, mas a inglesa em particular, são fortes catalisadores da economia, do turismo”.
“A monarquia é uma grande instituição no Reino Unido. É aquela velha história de visitar o palácio de Buckingham quando se vai a Londres, de ver onde mora o rei, não é? E está muito presente no turismo internacional. É uma marca, a monarquia. E as monarquias todas, mas a inglesa em particular, são fortes catalisadores da economia, do turismo.”