Interessante notícia encontrada no arquivo do Jornal do Brasil de 9 de janeiro de 1921 relata a chegada dos despojos de Dom Pedro II e dona Tereza Cristina.
Despojos de Pedro II chegam ao Brasil
08/01/2008 – 06:00 | Enviado por: Lucyanne Mano
“Pedro II e D. Thereza Christina vêm dormir o último sono, afinal, no solo da pátria. Recebendo os despojos dos seus ex-soberanos, com este movimento enorme do carinho nacional, o Brasil só demonstra que o sentimento de justiça ainda é a flor mais delicada da sua alma generosa e cavalheiresca”. Jornal do Brasil
Trinta e dois anos após Pedro II e sua esposa, Thereza Cristina, partirem para o exílio, chegaram ao Rio de Janeiro os seus restos mortais. A iniciativa partiu do Presidente Epitácio Pessoa. Tendo promovido no Congresso a aprovação da lei que revogava o decreto de banimento da ex-família real, que ainda pesava sobre seus descendentes, o presidente quis completar a grandeza do ato com outro de gratidão nacional: em reconhecimento à figura moral de ambos, propôs que seus restos mortais viessem a ser depositados em terras brasileiras, mandando vir do exílio os despojos dos ex-monarcas.
O encouraçado São Paulo, da Marinha Brasileira, recebeu no Rio Tejo, em Lisboa, as duas urnas funerárias e com elas chegou às águas da Guanabara, de onde, após desembarcadas no Cais Mauá, seguiram para o átrio da Catedral. Acompanharam os restos mortais durante a viagem, o Conde D’Eu e D. Pedro de Orleans e Bragança — genro e neto de D. Pedro II.
O cerimonial revestiu-se de grande magnitude. Nem mesmo a tempestade que desabou no momento em que os ataúdes eram desembarcados conseguiu dispersar a multidão que ao longo de todo o cortejo aplaudia incansavelmente.
Sepultados, provisoriamente, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1939 os restos mortais do imperador e de sua esposa foram trasladados para a Catedral da Cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Lá repousam até hoje.
Um dos primeiros decretos do governo provisório da República, datado de 15 de novembro de 1889, proibia à família imperial de residir no país.
D. Pedro II acatou prontamente a decisão e dois dias depois seguiu para o exílio com a família, encerrando assim os 67 anos de regime monárquico no país.
No dia 28 de dezembro do mesmo ano, Thereza Cristina morreu em Lisboa. Pouco antes do falecimento, teria confidenciado: “Eu não morro de doença. Morro de dor e de desgosto” . Pedro II mudou-se então para Paris, onde faleceu dois anos depois, sem coroa nem pátria, triste e esquecido.
Um grupo de amigos reunidos para divulgar, difundir, apoiar, os esforços de todos os brasileiros para restaurar a forma monárquica de governo.