Chamou a atenção de comentaristas políticos os aspectos históricos da coroação de Charles III.
“Magnífico não é uma palavra para ser usada levianamente, mas se alguma ocasião foi magnífica, foi a coroação do rei Charles III no sábado. As joias, as fantasias, a pompa, o cerimonial, a música, a coreografia, as tradições, a atenção aos detalhes – tudo foi magnífico”, afirmou Michael Cook do https://mercatornet.com/.
“Mas o que mais me impressionou não foi a imponência, mas o profundo cristianismo do evento” afirma o autor.
A coroação de Charles III aconteceu durante uma liturgia da igreja anglicana que remonta aos primeiros séculos do cristianismo. “Suas raízes antigas foram enfatizadas quando o rei beijou a preciosa cópia dos Evangelhos de Santo Agostinho, um dos livros mais antigos existentes“. Levado à Inglaterra por Santo Agostinho de Canterbury de Roma em 597, como um presente do Papa Gregório Magno.
“A doutrina do direito divino dos reis de governar desapareceu há muito tempo, mas na Abadia de Westminster persiste a convicção de que os reis têm o dever divino de servir” afirma o articulista.
Charles III surpreendeu a todos ao fazer acréscimos na liturgia milenar de coroação dos reis da Inglaterra, ressaltando o caráter de serviço ligada à realeza. “Por trás da pompa está outra mensagem … nosso rei se compromete, por meio de orações e juramentos, a seguir o Senhor a quem serve em uma vida de serviço amoroso em seu papel de monarca”.
Charles ao ser saudado na Abadia de Westminster por um jovem coro que cantava: “Sua Majestade, como filhos do Reino de Deus, nós o recebemos em nome do Rei dos Reis”, respondeu: “Em seu nome e a seu exemplo, não venho para ser servido, mas para servir”.
“Liderança servidora” é uma palavra da moda na teoria da administração contemporânea. A ideia é que os executivos vejam sua posição como uma forma de cuidar e nutrir seus funcionários e colegas, e não apenas buscar mais lucro, poder e prestígio para si mesmos. Seus fãs afirmam que isso traz mais lucro, poder e prestígio para a organização.
“A coroação é um aviso de que, quando o cristianismo evaporar, também desaparecerão essas nobres aspirações. Um mundo pós-cristão no qual reis, presidentes, primeiros-ministros e CEOs não aspiram mais a ser líderes servidores será ainda mais duro e menos misericordioso do que aquele em que vivemos agora”, conclui Michael Cook em seu artigo.
Michael Cook é o editor da MercatorNet. Ele mora em Sydney, na Austrália.