Aparentemente, o eleitor só percebe leves ondas no mar político nacional.
Descartar a candidatura de Lula, despolarizou as eleições que poderiam levar de volta ao governo os militares através da candidatura de Bolsonario, cuja campanha era criada e mantida pelo medo que o povo tem da volta do candidato da esquerda petista.
Lula descartado, como fica o panorama?
A República, para se legitimar, necessita obrigatoriamente dar ares de ser democrática e liberal. Uma eleição republicana (realizada com nomes impostos e sem possibilidade que o povo possa escolher outros que não aqueles apresentados) é realizada com a falsa sensação de liberdade, quando na realidade o eleitor NÃO TEM ESCOLHA!
A cada 4 anos o eleitor paga impostos que serão utilizados nesta encenação republicana. Nos bastidores da República (e que nós pobres mortais, você inclusive, não tem acesso) é escolhido o nome do próximo presidente. Os partidos políticos são informados e começam a se preparar para dar ares de legitimidade a eleição. Os partidos nanicos apresentam candidatos, mesmo sabendo que não tem chance, mas felizes com o capital que fluirá para seus cofres. Os grandes partidos se cotizam e começam a negociar os valores do apoio para o candidato escolhido e para o rival que polarizará as eleições naquele ano. Tudo para dar impressão ao eleitor que é ele que escolherá o futuro presidente, o futuro governador, o futuro senador, o futuro deputado… etc.
Há sempre um risco de dar tudo errado… como o que aconteceu com a última eleição em que a Dilma se reelegeu, Por um triz ela quase perdeu. Entretanto, sempre haverá uma carta na manga, onde o candidato escolhido por quem manda na República, é eleito.
A esquerda comuno-socialista, perdeu sua força por causa de um erro tático: Lula impôs Dilma como sucessora e foi estrondosamente achincalhado pela escolha. Pretendia voltar como um salvador da Pátria, mas se esqueceu que estava ligado a Dilma por laços extremamente fortes que derrubaram por terra sua candidatura. Tentou varar o Brasil de Norte a Sul para sentir o calor do povo, mas só teve decepções. Sem forças políticas, em Belo Horizonte, joga a toalha e se propõe a fazer alianças com partidos de centro-esquerda como o PMDB e o PSDB para manter o náufrago PT boiando no lodaçal onde afundou.
No Brasil de hoje temos três forças atuantes que poderão fazer o País pender para a continuidade do status quo republicano ou para a volta da república militar ditatorial. A primeira força é a estrutura política cujo candidato para as próximas eleições já foi escolhido. A segunda, procura ficar escondida, e discretamente manipula seus atores para que Bolsonário seja eleito, E a terceira força?
A terceira força tem surgido e crescido em progressão matemática e é considerada como uma ameaça para as duas forças anteriores, pois a volta dela representa tudo o que o Brasil tem de melhor em sua história: a Monarquia! Herdeira de um passado glorioso, a Monarquia foi perseguida e proibida de se manifestar pelos militares que implantaram a República no Brasil em 1889. Mártires da Monarquia derramaram seu sangue em solo brasileiro pelo ódio da República.
As mentiras que por mais de 100 anos a República contou sobre o período monarquista de nossa história estão caindo por terra e as novas gerações estão descobrindo esta força chamada Império do Brasil.
A República militar, pretendente ao Planalto, sem o pivô petista que lhe dava legitimidade em sua campanha, partiu em busca de apoio nos diversos segmentos da sociedade, inclusive nos meios monarquistas, achando que esqueceríamos que foi um militar que derrubou a Monarquia, baniu a Família Imperial, proibiu que monarquistas se manifestassem, perseguiu e matou brasileiros, por serem monarquistas. Canudos, Anhatomirim, etc. estão aí para lembrar que não se pediu perdão por este crime cometido pelos militares republicanos.
O desastre lulo-petista desequilibrou as forças republicanas, obrigando o PMDB a assumir o governo antes do previsto. Pelo loteamento que os partidos fizeram da Presidência da República, segundo me contou um jovem petista, pouco antes do primeiro mandato de Lula, o PT ficaria 20 anos governando, depois viria o PMDB e depois voltaria o PSDB. Porém, a corrupção republicana desmascarada pelas constantes operações da Polícia Federal, obrigou a mudanças nesse esquema. Era preciso um outro nome!
Temos, então, para as próximas eleições de 2018, a força republicana cujo nome já foi escolhido: Alvaro Dias, do Podemos, antigo Partido Trabalhista Nacional. O Senador Alvaro Dias é um nome de consenso entre a classe política e aparentemente não foi maculado pelas investigações da Operação Lava-jato. Já a força militar republicana, escolheu Bolsonário, nome criado como um anti-lula e inflado artificialmente nas redes sociais e que poderá representar a volta do regime democrático de exceção.
Agora vem uma questão curiosa… como dar ares de legitimidade a esta eleição, quando os dois candidatos, frequentadores do Congresso Nacional (um no Senado e outro na Câmara dos Deputados) aparentemente sem inimizades entre si que polarize o pleito eleitoral? Bolsonário crescerá em cima dos partidos de esquerda, do sucesso da Intervenção militar no Rio de Janeiro, etc. mas, seu grande trunfo: Luiz Inácio Lula da Silva, está fora do páreo. Continuará crescendo após a prisão do petista? Tendo Lula colaborado com os militares na década de 1970, continuará sua colaboração agora, rugindo e espumando para assustar o eleitor e assim forçar a volta da república militar?
As urnas eletrônicas, cujo resultado depende não do botão que o eleitor apertar, mas do que foi decidido nos bastidores, apresentará o eleito já escolhido. Quem será?