Bisneto da Princesa Isabel faz palestra no CESUMAR

31/03/2008
Bisneto da Princesa Isabel apresenta realidade do agronegócio a acadêmicos do Cesumar

D. Bertrand: “Quanto mais iniciativa privada, melhor!”

O trineto de Dom Pedro II e bisneto da Princesa Isabel, D. Bertrand de Orleans e Bragança, esteve quinta passada (27) no Cesumar onde ministrou uma palestra sobre a atual situação do agronegócio brasileiro para acadêmicos de Agronomia e Agronegócio. Advogado formado em Direito pela USP e coordenador e porta-voz do movimento “Paz no Campo”, D. Bertand percorre o Brasil fazendo conferências para produtores rurais e empresários, em defesa da propriedade privada e da livre iniciativa.

Durante sua palestra, Bertrand destacou o que considera os três princípios básicos para o desenvolvimento sócio-econômico de um país. O primeiro, segundo ele, é o da livre iniciativa, o segundo, o direito à propriedade privada e o terceiro, o ato de passar ao órgão superior (Governo) a responsabilidade daquilo que os órgãos inferiores (família, município, Estado) não foram capazes de resolver. Bertrand lamentou o fato de que a realidade do Brasil hoje é oposta a este último princípio, ou seja, “temos uma pirâmide invertida”.

Ao fazer uma análise sobre a importância do agronegócio no Brasil, Bertrand disse aos alunos que o complexo do agronegócio cumpre seu papel social. “O campo brasileiro produz quatro vezes mais do que se consome no país. Devemos favorecer ao máximo a propriedade privada, e para isso as pequenas, médias e grandes propriedades devem cooperar entre si”, defendeu D. Bertand.

Porém, Bertrand demonstrou grande preocupação diante dos fatores que ameaçam o quadro positivo do agronegócio brasileiro. “Está havendo uma intervenção crescente do Estado, que com a absurda legislação trabalhista do campo, persegue o fazendeiro e engessa nosso campo com leis cada vez mais rigorosas.”

Como exemplo, o coordenador do movimento “Paz no Campo”, citou leis que vêm atrapalhando o desenvolvimento da agricultura, como a preservação das reservas indígenas – que estão cada vez maiores -, o ambientalismo – que ele considera exagerado – e principalmente a Lei dos Quilombolas, que segundo Bertrand, pode acarretar graves conseqüências à agricultura brasileira.

“Com o decreto nº 4887/03, a lei dos Quilombolas pretende tirar terras dos legítimos proprietários e passá-las para os remanescentes das propriedades dos quilombolas, criando nelas fazendas coletivas de quilombolas, controladas pelo Incra. Isso atinge o campo e a cidade, pois permite que escrituras de terras devidamente registradas em cartórios se tornem obsoletas”, contestou D. Bertrand.

O advogado alertou ainda os acadêmicos sobre os grandes problemas raciais que poderão surgir com essa lei. “Querem trazer para o Brasil uma questão racial que nunca existiu por aqui. Nossa grande vantagem histórica é justamente a miscigenação racial”, explica Bertand. Ao finalizar sua palestra, deixou um apelo aos acadêmicos: “Estudem, conheçam e amem o Brasil. Ele é um país rico e muito respeitado pelo Conselho das Nações”.

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