A Marinha britânica, historicamente heroica nos sete mares, é aqui representada por esta belonave e por seus oficiais enquanto prestam homenagem à sua Rainha, Elizabeth II. Por que a força militar se perfila diante da delicadeza de uma mulher? Que força tem ela para que as armas se inclinem em sua presença e se ponham a seu serviço? A Rainha tem a força superior da legitimidade monárquica. O poder militar reconhece nela a continuação histórica da Pátria que ele serve. Estão ligadas à estirpe da Rainha glórias passadas e tradições que constituem a própria ‘alma’ do povo. Nela convergem essas tradições e essa glória. Ela personifica assim a Pátria à qual os oficiais, enquanto militares, dedicam sua vida. Ela é o princípio visível de sua abnegação ávida de heroísmo. Suas armas, como as armas de todos os povos, estão a serviço da sua própria soberania. E a Rainha é a Soberana.
Daria mostras de vistas curtas quem dissesse que Deus está ausente da cena que se passa nesse convés. Na vida dos povos se vê ininterruptamente a ação divina interferindo em sua história. Sobretudo as guerras são manifestações dessa interferência. E as guerras marcam os povos por séculos. Por outro lado, assim como numa família os filhos têm nos pais uma imagem de Deus criador e regente, num povo regido por uma família, o Monarca é a representação visível dessa ação divina. Está nos hábitos de Deus agir sobre um povo através de seus legítimos Monarcas. Esta homenagem prestada pela Força à sua Soberana leva a pensar nas seculares vicissitudes desse grande povo nas quais a Providência agia, ora visivelmente, ora em profundidades insondáveis.