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Rainha da Suécia «Falo português quando estou feliz»

A soberana da Suécia financia projectos contra a exploração sexual infantil no Brasil, acha a feijoada e a farofa uma delícia e não se incomoda que a tratem por tu. Aos 59 anos, continua a falar português, um dos seis idiomas que domina fluentemente e quase sem sotaque.

Adora comida brasileira, especialmente feijoada, farofa e vatapá, e carrega boas lembranças da infância em terras paulistanas.

Simples e sempre com um sorriso nos lábios, Sílvia não veste o manto da personagem de um conto-de-fadas moderno. Conheceu o Rei Carl Gustav quando trabalhava como intérprete na Olimpíada de Munique, em 1972. Foi amor à primeira vista, mas faz questão de dizer que a vida de Rainha não é nada fácil. É o que conta nesta entrevista à Gente, concedida durante o trajecto que a levou da capital Paulista até São Vicente, onde visitou um segundo projecto apoiado pela sua fundação.

–  Como é que a senhora consegue manter um português tão bom e fluente?

Desde que a minha mãe morreu não tenho tanta possibilidade de falar português, mas continuo a falar com os meus três irmãos. Falamos sempre por telefone e na maioria das vezes comunicamos em português. É a língua que falamos quando nos sentimos bem, quando estamos felizes. Quando temos algum problema, falamos em alemão. O português tem algo especial, é a língua do coração.

Sou espontânea. Os suecos são muito disciplinados. Também são um povo caloroso, mas com os amigos, na intimidade. Não gostam de exteriorizar isso. Eu tenho facilidade de falar com as pessoas, de estar com as pessoas, mesmo com a barreira do protocolo.

– A Rainha come feijoada?

Foi a primeira coisa que desejei comer assim que cheguei aqui. Comi uma gostosa feijoada com farofa. Gosto muito de uma farofinha. É obrigatório. Também faço de vez em quando no palácio. O meu marido gosta muito de vatapá. Aprendi a fazer com a minha mãe, é uma delícia.

Eliane Trindade – Revista GENTE – Brasil.  (parte da entrevista)

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O sangue Português que lhe corre nas veias é inquestionável, como se poderá verificar;
O seu avô materno era Artur Floriano de Toledo (1873-1935), um descendente do rei Afonso III de Portugal e sua concubina Maria Peres de Enxara. Artur era o bisneto de Antónia de Almeida de Aguiar, uma descendente de umas famílias de fidalgos estabelecidas em São Paulo, durante o período colonial Português, entre eles a família Alvarenga de Lamego, Portugal. Ela também é de muito distante ascendência ameríndia brasileira. Um de seus antepassados ​​era o chefe Tibiriçá.