Dom Pedro I abdica e as regências entram em cena
“Augustos e digníssimos representantes da nação brasileira: está encerrada a sessão.” Inusitadamente, com essas palavras dom Pedro I encerrou os trabalhos legislativos de 1829, enquanto deputados e senadores presentes esperavam um discurso que diminuísse as tensões nacionais.
À grave crise econômica, juntavam-se acusações de descumprimento da Constituição. Em 1830, a situação se agravou com o assassinato do jornalista Líbero Badaró, ferrenho crítico do governo. Como solução, o monarca nomeou, em março de 1831, o “Ministério Brasileiro”, mas, poucos dias depois, o dissolveu, reunindo antigas figuras do reinado no chamado “Gabinete dos Marqueses”. Os liberais, entre eles o senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, pressentiram que o imperador suspenderia direitos políticos. Resolveram protestar e pedir a reintegração do ministério anterior. Mais de 2 mil pessoas se juntaram no Campo de Santana (RJ). Pressionado, dom Pedro I abdicou na madrugada de 7 de abril de 1831 em favor de seu filho de cinco anos.
No prédio do Senado, às 10h da manhã, parlamentares elegeram, como determinava a Constituição, uma regência provisória, composta pelo senador José Joaquim Carneiro de Campos (Marquês de Caravelas), pelo senador Vergueiro e pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva. Em 17 de junho, a Assembléia Geral elegeu a Regência Permanente, composta por João Bráulio Muniz, José da Costa Carvalho e o brigadeiro Lima e Silva.
Em 1834, as regências passaram a ser unas e o senador Padre Diogo Antônio Feijó foi eleito, em 1835, o primeiro regente. O segundo e último regente foi o senador Pedro de Araújo de Lima.
Fonte: Jornal do Senado – Edição nº 2.367/79 – Brasília, 8 a 14 de maio de 2006