Pai do príncipe que viajava no avião da Air France diz que acredita em milagres

Dom António de Orleans e Bragança, pai de Pedro Luiz, o quarto na linha sucessória de Dom Pedro II, um dos passageiros confirmados do voo da Air France, disse ontem estar preparado para o pior, mas que acredita em milagres.

“A gente sempre tem fé, mas estamos prontos para o pior. No primeiro momento a gente não acredita, é totalmente irreal. Esperança sempre há, eu acredito em milagre piamente”, afirmou Dom António que veio de Petrópolis onde reside para o acto ecuménico realizado na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, em homenagem aos 228 passageiros do Airbus A330.

Pedro Luiz de Orleans e Bragança, de 26 anos, tinha vindo ao Rio de Janeiro para passar uma semana de férias e encontrar-se com a família.

No último dia 31, às 19h00 do Brasil (23h00 em Portugal), apanhou o voo da Air France para Paris de onde seguiria para o Luxemburgo, local onde residia havia dois anos.

“Ele veio passar uma semana no Rio e voltava para o Luxemburgo. Ele viu todos os amigos e os pais, jogamos golf e a família toda o levou ao aeroporto. Ele estava muito feliz”, disse ao referir que Pedro Luiz “partiu da melhor maneira”.

Dom António está a acompanhar as investigações e afirma que não quer procurar culpados. “Eu acredito que as investigações estão sendo muito bem feitas, vamos aguardar. Nesse momento, eu não quero procurar culpados, não houve a intenção de ninguém”.

O Governo brasileiro, refere o príncipe, “está a fazer tudo o que pode, a Marinha e a Aeronáutica tem feito um bom trabalho, estamos muito gratos”.

Ele reconhece que, no início, teve a “esperança de que o avião tivesse sido sequestrado e de que teriam pousado nalgum lugar sem comunicação, mas com o tempo fomos começando a aceitar a pior notícia”.

“É uma tristeza muito grande”, afirma sublinhando que a esperança “é a ultima” a morrer.

“Meu filho tinha muita fé. Nós não perdemos um filho, ganhamos um filho no céu”, disse emocionado.

Foi realizada ontem no Rio uma cerimónia ecuménica em memória às vítimas do voo AF447 da Air France que reuniu cerca de mil pessoas na Igreja da Candelária.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e o seu homólogo Francês, Bernard Kouchner, estiveram presentes na cerimónia que durou cerca de uma hora.

Representantes de oito religiões e confissões, como as igrejas Católica, Anglicana, Luterana, Presbiteriana, e também um representante islâmico, compareceram ao culto e pronunciaram palavras de conforto aos parentes, amigos e brasileiros que acompanharam a missa.

Lusa
Matéria publicada no site www.aeiou.pt

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