Pouca gente sabe, mas além de seus afazeres corriqueiros como monarca soberano do Império Brasileiro, Pedro II também era astrônomo amador nas horas vagas. Só que sua devoção à Ciência foi muito além de um simples hobby.
Pedro II mantinha seu próprio observatório no terraço do Paço de São Cristóvão, residência oficial do imperador. Lá onde realizava suas observações e constantemente recebia estudantes para observação do céu, momento em que ele aproveitava para divulgar a ciência, discorrendo sobre as noções básicas da astronomia e orientando no uso dos instrumentos.
Ele frequentava os principais eventos científicos e se correspondia com alguns dos maiores astrônomos da época, entre eles, os franceses Urbain Le Verrier, descobridor de Netuno, e Camille Flammarion, de quem era amigo pessoal.
Sua dedicação à Astronomia era tanta que, mesmo sob protestos do parlamento e críticas da imprensa, liberou, por decreto, verbas para importantes missões científicas das quais o Brasil participou. Entre elas, a observação do eclipse do Sol de 1857 e o trânsito de Vênus de 1882, que ajudou no cálculo da distância e do tamanho do Sol.
Essas são apenas algumas das diversas contribuições do Imperador Dom Pedro II para a Astronomia no Brasil. Graças a essa dedicação e suas contribuições para a Ciência, durante o 2º Encontro de Astronomia do Nordeste (EANE), realizado em Recife em 1978, astrônomos amadores e profissionais de todo o país, elegeram-no, por unanimidade, o “Patrono da Astronomia no Brasil”. Seis anos depois, em 1984, a União Brasileira de Astronomia, escolheu a data de seu nascimento, 2 de dezembro, como Dia da Astronomia no Brasil. E em 2017, foi promulgada a Lei 13.556, que institui oficialmente o Dia Nacional da Astronomia, a ser celebrado no dia 2 de dezembro, aniversário do Imperador Pedro II, o Patrono da Astronomia no Brasil.