O Jeitinho Brasileiro na Trisecular Irmandade

Quem passa em frente à Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e de S. Benedito dos Homens Pretos não imagina quanta história aquelas paredes já viram. Se aquelas portas falassem, certamente contariam tantos causos do mais alto interesse histórico.
Quando chegou a Família Real Portuguesa, a Igreja já era catedral há 70 anos. Foi para essa Igreja que D. João VI e sua família se dirigiram no dia 8 de março de 1808, onde foi cantado um Te Deum. Passo a palavra ao Sr. Pedro Lopes que relata: Nesta oportunidade, o cabido (cônegos) da Igreja quis impedir que os negros da Irmandade, fundada e composta por escravos libertos e alforriados, recebessem o Príncipe Regente à porta da Igreja, trancafiando-os no interior de sua própria Igreja. Os irmãos da Irmandade, fingindo-se conformados, já utilizando-se do “jeitinho brasileiro” conseguiram se desvencilhar da prisão provisória recebendo o Príncipe Regente Dom João à frente dos cônegos com cânticos e louvores. Tal imagem está consagrada em tela a óleo de Armando Viana no Museu da Cidade, assim como, reconhecido por historiadores renomados do país (Revista História da Biblioteca Nacional, edição número 28). Aí está, o jeitinho brasileiro resolveu a situação.
Mas a História não se encerra aí. Em razão de combinações políticas (desconhecidas dos coordenadores deste blog) a Trisecular Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e de S. Benedito dos Homens Pretos ficou de fora das comemorações oficiais promovidas por governos. Seria mais uma vez a discriminação aos Homens Pretos, como fora feita no passado? Não sabemos. Mas o jeitinho brasileiro mais uma vez deu resposta ao problema e a Família Imperial Brasileira foi recebida com toda pompa no templo onde mais uma vez foi cantado o Te Deum.
Bonita homenagem nestes 200 anos da chegada da Familia Real Portuguesa.

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